Janeiro rima com primeiro e a minha chegada é brindada com uvas passas e pedem-se desejos, de preferência 12, um para cada mês. Falando em desejos, sabias que ao contrário do corpo, o desejo não envelhece? O desejo é um elemento central do ser humano, que surge na falta, na incompletude, na necessidade de preenchimento, na busca, supostamente, do equilíbrio e do bem-estar. Estudiosos do assunto defendem que o desejo nasce no inconsciente e por isso, só num processo de autoconhecimento com ajuda de um profissional, podemos perceber porque desejamos o que desejamos. Mas, para não complicarmos muito, vamos aqui definir o desejo como sendo um simples acto de muito querer alguma coisa, o que nos leva também a outro tipo de reflexões, como por exemplo a ética. Vamos chamar-lhe a ética do desejo e tentarmos em conjunto refletir sobre até que ponto podemos, mas não devemos ou queremos o que não podemos.
Simplificando, o quero? posso? devo? é um dilema que está presente nas nossa vidas, enquanto seres que desejam. Nem tudo o que queremos podemos e nem tudo o que podemos, devemos. Deixamos-te aqui, neste início de ano, esta possibilidade de reflexão que nos parece importante, tratando-se, pois, de valores fundamentais que devem pautar a nossa e a tua conduta enquanto seres verdadeiramente humanos. Continuando a falar de desejo, o nosso, é que tenhas um bom ano pleno de desejo, eticamente falando.
Celeste Peixoto