Um estudo, realizado o ano passado, evidencia que 20% dos jovens (a partir dos 16 anos) fumam diariamente.
Após a leitura deste artigo, “assaltou-me” uma questão. Aliás, “a” questão. São questões destas que preenchem todo o meu pensamento intelectual e adulto. Perco horas na sua resolução e mesmo sabendo que não encontrarei nenhuma solução, são sempre interessantes para animar uma conversa de café. Acredito que estejam a especular qual será a dúvida que me tira o sono, mas penso que irão precisar do meu auxílio. Alerto que roubará muito o vosso tempo de reflexão.
Se, por algum momento, acharem que me questionei pelo motivo porque, em 2024, os jovens não perceberem os malefícios do tabaco, abandonem a ideia. Há estudos com mais de 30 anos sobre as consequências de ser fumador. Se 30 anos não forem suficientes, penso que não serei eu a conseguir em meia dúzia de baboseiras.
Algum dos leitores, poderá presumir estar relacionado com o stress. Para esses leitores, responderei – após respirar fundo, 10 vezes para não me enervar – que, também, se equivocaram. Sempre fui um aluno mediano (não se inibem de abrir bem as sílabas ao ler a palavra), que dava espcerança ao meu pai de ter um filho de excelência quando realizava um teste escrito. Se fumasse um cigarro por cada stress que sentia após receber uma nota, neste momento tinha cara de SG Ventil…BOX.
Espero que não coloquem em causa o ato de tentar ser “fixe”. As perspetivas e perceções tendem a modificar-se no tempo, mas não acredito que uma pessoa que cheire a tabaco, tenha os dentes amarelos e com aquela tosse cansada, seja sinónimo de pessoa “cool”, atualmente.
Outra possibilidade que possa passar pela cabeça do leitor, afirmando desde já estar errada, é da eventualidade de poder se sentir integrado ou por imitação. Sendo eu uma pessoa moderna, faço parto de 100 grupos de whatsapp, em que um deles se intitula “Feijoada de domingo”. Nunca fui banido de nenhum e como não gosto de feijão, opto por escolher outra refeição, sem nunca receber olhares julgadores ou de ódio.
Provavelmente, já tenham esgotado as opções para tentar adivinhar a verdadeira questão. Eu avisei que não seria fácil. Questões profundas, são sempre difíceis de decifrar.
Peço que se concentrem na verdadeira questão. Naquela que deve ocupar todo os nossos pensamentos e reflexões, quando lemos notícias deste foro.
Sempre que debato sobre o aumento de consumo de tabaco, questiono-me: Como é que serão as reuniões das empresas tabagistas com as equipas de marketing que selecionam as imagens apresentadas nos maços de tabaco?
Caso para se dizer, que há imagens que não valem nada.
Paulo Rodrigues