Era o que faltava

“Não te vale o hashtag se a alma é pequena”

Carolina Deslandes, Eco

Os jovens não querem saber de nada, só querem saber de si: mentira.

Não podemos negar o pulsar e o fervor dos jovens na demonstração do seu desalento, desânimo em várias dimensões que são hoje assumidas através do ativismo social, cívico, político e ambiental. Greta Thunberg é, entre milhares de rostos, essa luta viva e ativa sobre o olhar crítico do presente.

Por vezes, o entusiasmo e a necessidade de uma resposta rápida e fácil nos tornam em sujeitos com mensagens vazias para um diálogo para quem esteja do outro lado da luta. Prepararmo-nos para um desafio deste não é fácil, nem se compreende toda a sua complexidade e dimensão, na leitura breve de um texto sem espaço para perguntas e contestações.

Vale pena enfatizar que a História é um caminho que importa fazer, não apenas como uma visita de estudo, mas como algo que nos ensina a perceber muitas das nossas dúvidas, a preencher muitos silêncios e espaços em branco. Escutar a experiência dos outros na primeira pessoa é uma partilha preciosa não só para quem o faz, mas também para aqueles que escutam. Não há melhor motor de busca ou de resposta do que a conversa entre pessoas. No mês em que celebramos a nossa democracia, aproveita para falares com quem viveu o período da ditadura e, talvez, possas entender porque tantos estão dispostos a morrer na Ucrânia pelo princípio universal da liberdade.

Paulo Khan