Como estamos meu “people”?
Estamos em agosto. Mês de aproveitar o sol, ver o(a)s “babes” a desfilar nas ruas, enquanto fazemos aquele scroll nervoso pelo telemóvel.
Deitado numa espreguiçadeira, na piscina do meu “mano” António, penso no que escrever para este “mega post”, mas com pouco sucesso. Até que me surgiu do nada – por momentos pensei que tinha “bugado” – uma ideia que vos vai ajudar na conversa com os vossos “cotas” naqueles almoços de verão.
Decidi fazer-vos um resumo do que se tem passado aí pelo mundo fora.
No confronto Rússia vs. Ucrânia, parece estar tudo igual. Andei pelas redes, mas a “gera” não tem postado muitas “stories”. Às vezes tenho vontade de mandar uma mensagem aos “Bros”, que andam nisto há 3 anos, para lhes dizer que desta forma já não ganham mais “followers”. Deviam era fazer um festão no Bo Zen, assinalar o fim de guerra com aqueles gins todos “marados “que demoram horas a preparar. Colocavam um consumo mínimo de 20 eurinhos e eu estava lá “batido”.
O “tio Nataniel” continua a ter atitudes de menino mimado, afirmando que não vai parar de enviar bombas, enquanto não dizimar os manos dos “Hamas”. Pelo silêncio dos restantes donos do mundo, “cheira-me” que o “tio” deve ter muita “guita” ou poder. Eu até os compreendo, porque, também eu não aceito muitas coisas que o António fala, mas não vou arriscar perder a oportunidade de vir para a sua piscina e tirar aquela “pic” que está mesmo a pedir “likes”.
Na luta pelo poder, o Trump levou um “balázio” na orelha. Uns dizem que foi azelhice do atirador, outros “fake news”. Isso eu não sei, mas se fosse o Artur em cima daquele palco, ia ficar com um alargador do tamanho de um bolo rei naquela orelha.
O Bidden ficou com covid e, percebendo que não dava para continuar, deu o seu lugar à atual Vice-Presidente, “Camila”. Fiquei meio “depré”, pensando que não ia ver mais debates de alto gabarito e de insultos de alta qualidade, tal como acontece nas eleições pela associação de estudantes da escola. Até que ouvi o Trump a chamar de “vagabunda” e “lunática” à sua concorrente e eu pensei: “Calma. Keep calm, que o mano está a fazer charme para ver se lhe dá uma trinca, como fez com aquela atriz de filmes de ação em que ninguém morre no final”.
Trump, sabe como cativar a atenção das pessoas. Num encontro perante jornalistas e civis afroamericanos, afirmou não saber se a “Camila” é negra ou indiana, expondo o seu lado humilde e denunciando o seu conhecimento histórico profundo ligado ao debate racial. Se isto não é afrodisíaco, eu não sei o que poderá ser.
Estão a decorrer os Jogos Olímpicos (JO) em Paris, cidade do amor. Aí estão dois temas lindíssimos dignos de celebração. O amor pelo próximo e por todos que partilham este lugar, respeitando por igual e perceber que todos temos direito à dignidade e a ser amados (A música “Imagine” do grande John Lennon, cantada na inauguração (que show off de inauguração) mostra exatamente isso).
O Desporto, que também acarreta esse sentimento de amor, traz consigo outros valores importantes, tais como o respeito, humildade, companheirismo, desportivismo e a capacidade de unir povos.
Dito isto, descrevo alguns acontecimentos destes JO, para perceber o sucesso deste evento:
- Expulsaram milhares de mendigos, como se varre o lixo na rua;
- Fecharam o centro da cidade, apenas para convidados e alguns moradores (quando estes não se esquecem do cartão de identificação);
- Anunciaram a Coreia do Sul, como Coreia do Norte;
- Ao Sudão do Sul, decidiram-lhe dedicar-lhes o hino do Sudão;
- Um esgrimista recusou-se sair da arena, após ter perdido;
- Um judoca recusou-se a cumprimentar o seu par que lhe tinha ganho no combate, ameaçando-o;
- Gastaram mais de mil milhões de euros na limpeza do Sena e bastou um dia de chuva para ficar novamente sujo e impedir a prova de triatlo.
Para finalizar, quero falar-vos de um direto no instagram de um senhor – deverá ter muito dinheiro, pois afirma que tem recursos ilimitados – e um jovem – pareceu-me também ter igualmente muito dinheiro, por todas as vezes que falou nisso – a falar sobre…nada. O direto tem cerca de 3 horas, a mesma duração do filme em que um maluco anda de saia pela Escócia a gritar “Liberdade”.
Os “hosts”, respondiam a perguntas incríveis e bué pertinentes. Vou-me concentrar numa que reteve toda a minha atenção pela sua profundidade. Um “guest” estava super interessado em saber o que os apresentadores preferiram:” ter um filho homossexual ou uma filha que vai com todos?”. Eu, que estava a ler sobre o Maduro e o seu controlo da Venezuela (que “mano” maluco), coloquei um “pause” na leitura para ouvir de sua justiça.
Os dois ricos decidiram brindar o convidado, exultando a excelente pergunta. Depois de muitos prós e contras e especulações, decidiram-se por preferir ter uma filha “que vai com todos”. Foram 10 minutos de reflexões inacreditáveis, de pessoas (notava-se claramente) de boa índole e sem preconceitos.
E aí parei. Parei de imaginar que estava deitado numa espreguiçadeira na piscina de um amigo imaginário, parei de me sentir jovem, que tinha um amigo de orelhas grandes e voltei à minha realidade…. De estar sentado à secretária, onde escrevo para vos beliscar com temas sensíveis e que deverão refletir. Mesmo sabendo que não conseguirei mudar o mundo, fazer-vos ver que vocês têm essa oportunidade.
O mundo está do avesso e, embora tenha sido uma sátira, com este texto tento espicaçar a vossa curiosidade para assuntos que dizem respeito a todos.
Não vos peço que lutem contra todo o mal do mundo, mas tentá-lo compreender seria um início magnífico.
À minha filha, que espero que cresça com os valores certos, dedico-lhe as últimas palavras deste texto. Aceito que “vá” com todos, menos com energúmenos.
Paulo Khan