Requisitos para Amar

Seja por questões de marketing ou por opção pessoal, fevereiro é o mês escolhido para celebrar o amor.

Hoje escrevo, não para os “resolvidos”, mas para todos aqueles que procuram a sua alma gémea ou apenas alguém que lhe faça sentir “vivo(a)” nos dias de chuva, entre almofadas e cobertores, a ver séries e a chafurdar num chocolate quente.

Há critérios de seleção que não tenho como opinar, pois varia de pessoa para pessoa. Ter preferência por altos, baixos, morenos, mestiços, brancos, pode ser um critério. Mas aviso já que, basear a nossa escolha nessas dimensões físicas, não é uma garantia de que seja a pessoa certa para dar a conhecer o nosso aspeto de “morto-vivo” que temos ao acordar a um domingo sem obrigações.

Ao procurarmos por um amor, há características que devemos ter em conta e isto será transversal a todas as pessoas, independente da sua raça, altura, peso e gosto estético.

Desta forma, deixo-vos aqui alguns apontamentos que, na minha opinião, seria interessante saber para não correrem o risco de andarem de mãos dadas com alguém que, na falta de melhor descrição, seja um execrável:

1) Pessoas excessivamente, e sem razões aparentes, antipáticas e maldispostas.  Não queiram partilhar os vossos melhores momentos com uma pessoa que pense que simpatia tem preço e data de validade. Um sorriso aberto e a simpatia são tão afrodisíacos como um morango embrulhado em chocolate negro;

2) Não escolham alguém que tenha sempre uma experiência pessoal para contar, seja qual for o assunto. No seu pensamento, já viveu tudo que tinha para viver e isso deve ser muito aborrecido. A emoção de vivenciar coisas novas dá-nos vontade de acordar todos os dias como se fosse o primeiro do resto das novas vidas (se não começaram a cantarolar a música do Serginho Godinho agora, também não é para vocês este texto);

3) Relacionar-se com pessoas que tenham problemas de coluna, que só conseguem olhar para o próprio umbigo. Com estas também não deverá resultar. Quase sempre o problema não é ortopédico, mas sim o enorme ego que pesa toneladas e que é de difícil tratamento. O SNS já está em declínio, sejamos mais pragmáticos;

4) Pessoas que se “alimentam” da vida dos outros. Não consigo descrever toda a irritação sobre essas pessoas. É uma emoção que quase roça a inveja, pelas suas capacidades de conseguirem viver a sua e a vida dos outros. Pela minha experiência de incapacidade de fazer tudo que quero, só posso ponderar que são super-heróis. Agora, a qualidade dos seus poderes é que pode ser discutível;

5) As pessoas que usam o discurso tirado de um guião de um reality show de má qualidade, identificando-se com aquelas que odeiam mentiras, falsidade, hipocrisia e que da sua boca só ouvirão verdades, doa a quem doer, pois foi assim que foram educadas. Muitos deles são terríveis e os seus tutores não têm culpa disso. É tão feio culpar os outros dos nossos erros.

6) Pessoas que justificam as suas ações (a maior parte delas parvas) na velha máxima: “Se os outros fazem, também faço”. Imaginem um dia terem que passar por Papua-Nova Guiné. Como se sabe, em algumas aldeias da Papua-Nova Guiné é costume os outros fazerem canibalismo. E se os outros fazem…

7) Por fim, pode parecer supérfluo, mas acreditem que vai custar digerir a longo prazo: Pessoas que estacionam em ruas apertadas de dois sentidos, com a desculpa que será por pouco tempo e que ainda passa um “camião”. No primeiro encontro, façam-lhe este teste e se eles forem deste tipo, fujam sem hesitação.

Se no início do texto vos alertei que as características físicas não eram suficientes para encontrar o amor, irei vos desiludir, mas, estes critérios também serão escassos para tal decisão.

Encontrar o amor não é uma equação simples. Tem demasiadas variáveis para se garantir um resultado certo e duradouro. Mas acreditem sempre no processo, pois pode não ter o resultado desejado, mas conseguimos sempre aprender alguma coisa para relações futuras.

Amar é das melhores sensações do mundo e todos o devemos sentir. Mas para os mais distraídos, relembro-vos que amar alguém acarreta outros sentimentos dos quais não podemos esquecer. Falo-vos, por exemplo, do respeito.

Feliz dia dos NAMORADOS

Paulo Khan