Espelho meu….
Agora que o sol brilha e aquece o tempo, destapam-se os corpos e pomos a nu as nossas preocupações, haja ou não motivos para tal. As visitas ao espelho e à balança são muitas e os sentimentos de culpa também. Culpa por comer, sim, culpa e pânico muitas vezes purgados por penosas visitas ao ginásio, até à eliminação total das calorias e de todas e quaisquer preguinhas, em busca do corpo musculado e torneado que alimentam as industrias das dietas milagrosas.
A preocupação de possuir um corpo perfeito é contemporânea com a nossa cultura, surge da necessidade, de mais uma vez, nos encaixarmos nos padrões daquilo que é considerado bonito e grande parte das vezes, mascarada com a falsa ideia do “ser saudável”. Sendo mais um item socialmente imposto, a cumprir, constitui uma verdadeira ditadura que significa muito mais doença do que saúde, quer do ponto de vista físico, quer mental.
Fundamental será sem duvida adotar estilos de vida saudáveis, combinando a alimentação e atividade física ajustados a cada um, sem sofrimento nem culpa. Importante é também não esquecer a complementaridade entre corpo e mente. Ter má relação com a comida é sem dúvida um problema de saúde mental, sendo por isso cada vez mais importante uma visão do ser humano integrada, do todo, livre do fragmentarismo cartesiano.
Celeste Peixoto