No dia 14 do passado mês de fevereiro celebrou-se o dia dos namorados e por todo o lado vimos corações vermelhos, flores e inúmeras sugestões de momentos sublimes e mágicos para celebrar o amor. Ouvimos também os números inquietantes de violência no namoro e nos relacionamentos conjugais, mostrando afinal que o amor não é, definitivamente, só rosas e corações. Mas então de que falamos quando falamos de amor? Como é possível espancarmos violentamente alguém que dizemos amar? Que amor é este que mata? De que falamos afinal quando falamos de amor? O que é amar verdadeiramente? Diz o ditado que quem ama sofre, mas que sofrimento é este? Será que somos intolerantes à dúvida, à rejeição e incapazes de lidar com a insegurança própria de quem ama? Falamos de um amor narcísico, em que o outro conta pouco, e que o objetivo é que nos faça sentir importantes e especiais e promova o nosso amor próprio? Queremos ser compensados de todos os infortúnios e falhas, por tudo aquilo que não temos, colocando no amor e no outro essa grande responsabilidade, a de nos fazerem felizes. Idealizar o amor e a pessoa amada afasta-nos da realidade e do amor, e torna-nos incapazes de amar e de sermos amados verdadeiramente
Pedimos-te que reflitas sobre estas questões tão difíceis que norteiam o amor para que possas tomar consciência da tua forma de amar, sempre com o objetivo de construíres relações saudáveis, seja no amor ou na própria amizade. Como é difícil falar do amor, não achas?
“Onde há amor não há necessidade de poder”
Celeste Peixoto